coletivizARTE
Conheça
💟 Um coletivo transfeminista, antirracista e anticapacitista que discute os direitos humanos e o respeito às diferenças.
💟 Compartilhamos o que sabemos na e com a comunidade.
✅ Ações do coletivizARTE:
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Canal direto de comunicação – clique aqui
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Leia Mulheres Ilha Solteira – grupo de leituras
Idealizadora Professora Rosa Amélia Barbosa – clique AQUI para entrar em contato
O projeto
RESUMO: O coletivizARTE fomenta o diálogo acadêmico entre Arte, Ciência, Cultura e Sociedade a partir da realização de encontros/oficinas para estudo, discussão e produção artística de temas interdependentes com a proposta teórica centrada na democratizAÇÃO transfeminista, anticapacitista e antirracista. A trama inventiva percorrida e almejada busca a realização contínua de encontros e momentos de experienciAÇÃO estética, artística e cultural, construindo interfaces com as artes, a literatura, o cinema, a música, a fotografia e outras áreas de interesse das pessoas participantes.
Fundamentação Teórica
O feminismo é compreendido aqui como um movimento social, filosófico e político que busca a igualdade e uma vivência humana por meio do empoderamento e da emancipação feminina, além da libertação de padrões opressores baseados em normas de gênero. Como Saffioti (2015), reconhecemos a luta daquelas que nos antecederam e morreram lutando pelos nossos direitos e muitas outras que, sem nome e sem rosto, de alguma forma lutam, resistem, falam, persistem.
Sabemos que chegamos aqui com o trabalho árduo dessas mulheres. bell hooks (2017), a partir da obra de Paulo Freire discute a veracidade das palavras. Reconhece que problematizar o mundo buscando compreendê-lo é a própria existência-experiência, porque humana, não pode ser silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de cores e movimentos verdadeiros. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. Não é no silêncio que as pessoas se fazem, mas na palavra, na expressão, no trabalho, na ação-reflexão.
Pelas vias da autorreflexão torna-se possível apreender que não basta apenas um ideal antirracista, especialmente dentro do escopo da branquitude – entendida, neste trabalho, como grupo caracterizado nas sociedades estruturadas pelo racismo. A identidade racial branca, a branquitude, abrange os lugares sociais de privilégios tanto materiais quanto simbólicos (BENTO, 2002; MÜLLER & CARDOSO, 2017; DIANGELO, 2018; SCHUCMAN, 2020) – porque a branquitude agrega valores aos outros a partir de si mesma. E quais são as barreiras que impedem pessoas negras e brancas de usufruírem da equidade? Essa questão leva ao racismo como estrutura, como engrenagem que articula as relações raciais.
A opressão e exploração sobre os corpos das mulheres, especialmente das mulheres negras, num país dependente de um capitalismo patriarcal racista, como dito por Lélia Gonzalez (2018), aciona a relevância das abordagens interseccionais. "A interseccionalidade não é simplesmente um método de fazer pesquisa, também é uma ferramenta de empoderamento das pessoas" (COLLINS e BILGE, 2021, p. 57). Interseccionalidade deve ser experienciada como práxis crítica – " A práxis entende que o pensar e o fazer, ou a teoria e a ação, estão intimamente ligados e moldam um ao outro. O conhecimento baseado na práxis considera que teoria e prática são interconectadas" (COLLINS e BILGE, 2021, p. 66). Cientes de que se trata de uma luta muito desigual – homens/ mulheres, branquitude/negritude, precisamos pensar e tensionar nosso ser e nossas relações, com sororidade.
A sororidade, como bem expressa nossa companheira Marcela Lagarde, é nosso sentimento de respeito, de compreensão, de pacto entre mulheres, não porque pensemos iguais com relação ao machismo em nossa vida, senão porque nos sabemos iguais e isso siginifica que se você como mulher é machista (reproduz o machismo), eu como feminista sou sórica a você, não porque compactue com seu argumento e sim porque penso e entendo que você ainda precisa de um processo de liberação, que ainda não compreendeu sua opressão [...]. A sororidade entre feministas é práxis, entre feministas com outras mulheres que negam ou deturpam o feminismo é necessidade. Ser sóricas representa estar cientes de ser e pertencer à parte menosprezada da humanidade, e por isso tentar manter uma atitude diferente com a outra. Sabendo que não temos de ser iguais, nem pensar iguais para lutar pelo nosso reconhecimento como humanas e como sujeitas da história (NÚÑEZ DE LA PAZ, 2018, p. 99).
Para Mieke Bal (2016), a arte é investigação que abre possibilidades para outras pesquisas e modos de conhecer e sentir, atravessa nossas experiências. Pensado no campo da arte, o projeto dialoga com cada pessoa que tem
compromiso con la historia, un compromiso que prohíbe la adhesión servil a la historia vista de manera simplista como un pasado lineal que puede re-construirse. En cambio, compartimos el deseo de explorar y de demostrar la complejidad de la historia, su 30 trastornado30 rechazo a permanecer en orden lineal y la forma en la que brinda lo que yo llamo heterocronía a nuestra experiencia de la temporalidad. (BAL, 2016, p. 129)
A proposta contesta a visão hegemônica sobre as diferenças humanas como oposições simplistas. Transcende, portanto, os binômios dominação/ subordinação, bom/mau, superior/inferior, bonito/feio, gosto/não gosto, em cima/embaixo, norma/desvio, tratados por Audre Lorde (2020). Abrange o "real objetivo da transformação revolucionária". Revolução não é algo que aconteça uma vez e pronto. Revolução é se atentar cada vez mais para as mínimas oportunidades de promover mudanças verdadeiras nas relações estabelecidas e ultrapassadas; é, por exemplo, aprender a abordar com respeito as diferenças que há entre nós. (LORDE, 2020, p. 152).
Como espaço democrático o coletivizARTE permite metaforizar elementos, contrapor argumentos, (re)significar histórias, "el presente, el tiempo en el que sus caminos se cruzam, une a los dos tiempos en el intento de hacer que conversen entre sí". (BAL, 2016, p. 226). Por isso, o projeto é
para Todas porque quem leva essa luta adiante são as mulheres. Todes porque o feminismo liberou as pessoas de se identificarem somente como mulheres ou homens e abriu espaço para outras expressões de gênero – e de sexualidade – e isso veio interferir no todo da vida. Todos porque luta por certa ideia de humanidade (que não é humanismo, pois o humanismo também pode ser um operador ideológico que privilegia o homem em detrimento das mulheres, dos outros gêneros e, até mesmo, das outras espécies). (TIBURI, 2020, p. 11-12).
Ano I |2022
O coletivo iniciou suas atividades em 2022. Foi um ano de atividades internas para a formAÇÃO política do grupo.
Construímos tudo na coletividade.
O primeiro encontro.
A identidade visual
Os encontros – quinzenais, o banner e as camisetas.
O coletivo crescendo!
Tornou-se espaço de acolhida.
Confira: AQUI
Ano II | 2023
Em 2023, mudamos o fluxo.
Foi assim que construímos o seguinte percurso:
- Acolhimento às/aos estudantes ingressantes
- Encontros semanais
- Colaboração no evento da diversidade: Mês de combate à LGBTQIA+fobia: Uma Luta Coletiva pela Existência
- Oficina de zines no Centro Comunitário de Produção Cultural na Unesp
- Projeto de extensão via Edital nº 245 da PRX – 04 estudantes bolsistas: Seleção para estudantes bolsistas no projeto de Extensão "Outras narrativas do coletivizARTE"
- Oficinas de Informática Básica – confira
Veja uma síntese de tudo que rolou por aqui: PORTFÓLIO 2023
Venha para o coletivizARTE você também!
Ano III | 2024
Em andamento.
Os encontros voltaram a ser quinzenais.
E olha só a novidade:
Vamos organizar um SLAM escolar para participarmos do SLAM INTERESCOLAR SP 2024, organizado pelo SLAM DA GUILHERMINA.
SLAM | poesia falada. Textos poéticos escritos para serem declamados performaticamente.
- Bolsa de extensão (Edital 08/2024 PRX) via coletivo: PROCESSO SELETIVO DE ESTUDANTE PARA PARTICIPAÇÃO EM PROJETO DE EXTENSÃO
🆘 Rio Grande do Sul
O Luau do coletivizARTE foi também um movimento de ação solidária.
Cartilha do coletivizARTE
cartilha de Rosa Amélia Barbosa
Registrado em: coletivizARTE
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